1. DEFINIÇÃO
É
a utilização do cavalo como recurso terapêutico
para o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras
de deficiência ou de necessidades especiais. Na equoterapia
o cavalo é utilizado como um meio de se alcançar
os objetivos terapêuticos. Ela exige a participação
do corpo inteiro, de todos os músculos e de todas as
articulações.
2.
HISTÓRICO
O
uso do cavalo como forma de terapia data de 400 A.C. quando
Hipócrates utilizou-se do cavalo para "regenerar
a saúde" de seus pacientes, e desde 1969 a NARHA
(Associação Americana de Hipoterapia para Deficientes)
vem divulgando na América do Norte o método, que,
na Europa, já é conhecido a mais de 20 anos.
No
Brasil, a partir dos anos 70, quando foi criada a ANDE-Brasil
(Associação Nacional de Equoterapia) o tratamento
tomou maior impulso, mas somente nos últimos seis anos
é que se pode notar o verdadeiro crescimento desta modalidade
terapêutica, haja visto o número crescente de centros
de equoterapia em todo território nacional.
A Equoterapia foi reconhecida como método terapêutico
em 1997 pela Sociedade Brasileira de Medicina Física
e Reabilitacional e pelo Concelho Federal de Medicina.
3.
POR QUE O CAVALO?
O
cavalo é utilizado como recurso terapêutico, ou
seja, como instrumento de trabalho. O movimento rítmico,
preciso e tridimensional do cavalo, que ao caminhar se desloca
para frete / trás, para os lados e para cima / baixo,
pode ser comparado com a ação da pelve humana
no andar, permitindo a todo instante entradas sensoriais em
forma de propriocepção profunda, estimulações
vestibular, olfativa, visual e auditiva.
4.
OBJETIVO
A
técnica tem como objetivo proporcionar ao portador de
necessidades especiais o desenvolvimento de suas pontecialidades,
respeitando seus limites e visando sua integração
na sociedade, proporcionando ao praticante benefícios
físicos, psicológicos, educativos e sociais.
A
equoterapia é baseada na prática de atividades
eqüestres e técnicas de equitação,
sendo um tratamento complementar na recuperação
e reeducação motora e mental.
Na
parte física, o praticante da equoterapia é levado
a acompanhar os movimentos do cavalo, tendo que manter o equilíbrio
e coordenação para movimentar simultaneamente
tronco, braços, ombros, cabeça e o restante do
corpo, dentro de seus limites. O movimento tridimensional do
cavalo provoca um deslocamento do centro gravitacional do paciente,
desenvolvendo o equilíbrio, a normalização
do tônus, controle postural, coordenação,
redução de espasmos, respiração,
e informações proprioceptivas, estimulando não
apenas o funcionamento de ângulos articulares, como o
de músculos e circulação sangüínea.
Durante
toda a sessão as terapeutas também ajudam a estimular
a auto-confiança, auto-estima, fala, linguagem, estimulação
tátil, lateralidade, cor, organização e
orientação espacial e temporal, memória,
percepção visual e auditiva, direção,
analise e sintese, raciocinio, e varios outros aspectos.
Na esfera social, a equoterapia é capaz de diminuir a
agressividade, tornar o paciente mais sociável, melhorar
sua auto-estima, diminuir antipatias, construir amizades e treinar
padrões de comportamento como: ajudar e ser ajudado,
encaixar as exigências do próprio indivíduo
com as necessidades do grupo, aceitar as própias limitações
e as limitações do outro.
5.
INDICAÇÕES.
A
equoterapia é indicada no tratamento dos mais diversos
tipos de comprometimentos motores, como paralisia cerebral,
problemas neurológicos, ortopédicos, posturais;
comprometimentos mentais, como a Síndrome de Down, comprometimentos
sociais, tais como: distúrbios de comportamento, autismo,
esquizofrenia, psicoses; comprometimentos emocionais, deficiência
visual, deficiência auditiva, problemas escolares, tais
como distúrbio de atenção, percepção,
fala, linguagem, hiperatividade, e pessoas "saudáveis"
que tenham problemas de posturas, insônia, stress.
6.
A EQUIPE
O
paciente em tratamento conta com o acompanhamento de uma equipe
interdisciplinar formada por profissionais da área da
saúde - Fonoaudióloga, Fisioterapeuta, Psicóloga,
Terapeuta Ocupacional ; da área educacional - psicopedagoga,
professor de educação física, assistente
social; - e do trato animal - instrutor de equitação,
zootecnista, auxiliar guia, e tratador.
O praticante é avaliado pela equipe e a partir disso
é elaborado um programa especial e definido os seus objetivos.
As sessões são normalmente individuais e tem a
duração média de 30 minutos cada.
7.
CONCLUSÃO
A
Equoterapia é um dos raros métodos, ou melhor,
talvez o único, que permite que o paciente vivencie muitos
acontecimentos ao mesmo tempo e no qual as ações,
reações e informações são
bastante numerosas.
Sendo assim, um dos aspectos mais importantes nesse tipo de
tratamento é que se conscientiza crianças e jovens
de suas capacidades e não de suas incapacidades, trabalhando
o deficiente como um todo, tanto pelo lado psíquico como
pelo somático.
Fga.
Tatiana Lermontov - Fonoaudióloga - CRFª 8331
RJ
Piratininga
- Niterói - RJ
Contato: (21) 611-5626
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