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Doença
de Alzheimer: O que há de Novo? |
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Dr.
João Roberto D. Azevedo
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- A
doença de Alzheimer é a forma mais comum de
demência na velhice. Acredita-se que existam 15 milhões
de pessoas no mundo com a doença. Caracteriza-se pela
perda da memória associada à deterioração
das funções intelectuais, emocionais e cognitivas.
Ocorre entre homens e mulheres, na mesma proporção,
sendo que incide em 8% da população de idosos.
Pode ter inicio ao redor dos 50 anos, mas é mais freqüente
em idades mais avançadas. É uma doença
de caráter progressivo.
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- É devida à disfunção das células
nervosas, de causa ainda desconhecida, que provoca a diminuição
de um hormônio neurotransmissor de grande importância
na função cerebral (acetilcolina). Sabe-se que
se trata de doença com caraterísticas hereditárias,
sendo freqüente em pessoas da mesma família.
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- O inicio da doença é discreto, com esquecimentos,
confusão com datas, dificuldade para saber dia, mês,
ano. É muito característica a dificuldade em
memorizar fatos recentes. Evolui progressivamente com o aparecimento
de dificuldade para realizar pequenas tarefas domesticas,
como realizar compras, cozinhar, etc. A pessoa passa a ter
dificuldade na fala e não consegue manter raciocínio
lógico. Há diminuição na concentração
e na atenção. Ocorre o afastamento social. A
desorientação no tempo e no espaço tende
a piorar progressivamente. Há perda da capacidade de
fazer cálculos, da leitura e da escrita. O humor se
torna variável, com momentos de raiva, choro, depressão
e agressividade. Evolui para dificuldade em se alimentar,
e também em fazer a higiene pessoal.
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- O
diagnóstico é de exclusão com outras
demências (aterosclerótica, por ex), com manifestações
de certas intoxicações (por drogas tipo tranqüilizantes,
alcoolismo, etc), com certas infecções (encefalites),
com manifestação de hipotireoidismo e com seqüela
de traumatismo de crânio. Os mais modernos exames que
estudam o sistema nervoso, como a tomografia cerebral ou a
ressonância nuclear magnética podem se mostrar
normais ou apresentar sinais de atrofia cerebral. O diagnóstico
definitivo é dado pelo encontro de alterações
características na biopsia cerebral:. Não deve
ser confundida com as alterações de memória
("lapsos de memória") muito comuns em qualquer
idade e que se acentuam na velhice, ou com estados de emoção
ou depressivo e também com a intoxicação
pelo uso excessivo de medicamentos tranqüilizantes. Estes
"lapsos de memória" são processos
benignos e nunca são acompanhados de outras alterações
como ocorre na Doença de Alzheimer.
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- Não há cura para a doença, não
havendo tratamento específico. A medicação
deve melhorar ou pelo menos desacelerar as perdas cognitivas.
O F.D.A. norte-americano, ao avaliar a eficiência de
uma nova droga para o tratamento da doença de Alzheimer,
utiliza metodologia que se baseia nas variações
de memória, orientação, atenção,
raciocínio, tirocínio, linguagem e da atividade
motora. A medicação deve atuar objetivamente
nestas funções e a avaliação é
feita pelo menos durante 6 meses. As medicações
conhecidas provocam o aumento da atividade central de acetilcolina.
A tacrina, e o donepezil são substâncias que
aumentam a acetilcolina cerebral e as únicas que foram
aprovadas pelo F.D.A. A tacrina tem sido pouco utilizada devido
aos seus efeitos colaterais enquanto o donepezil apresenta
melhores resultados com menores efeitos colaterais. A revastigmina
também aumenta o nível de acetilcolina e apresenta
efeitos considerados positivos, já tendo sido liberada
para uso comercial na Europa. O metrifonato, utilizado como
vermífugo, também produz aumento da acetilcolina
cerebral podendo ser útil no tratamento da doença,
mas gera efeitos colaterais negativos. Entretanto este tratamento
é paliativo, possuindo resultados bastante discretos.
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- A
vitamina E (alfa-tocoferol) e a siligilina também tem
sido usados no tratamento da doença de Alzheimer, ambos
tendo ação antioxidante, produzindo um desaceleramento
do processo de envelhecimento celular, retardando o desenvolvimento
da doença. A Gingko biloba, derivada de conhecida erva,
está sendo indicada como promover melhora das funções
cognitivas.
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- O tratamento também se baseia em medicamentos sintomáticos,
atividades físicas e mentais, sendo fundamental a constante
estimulação da pessoa doente. Estes cuidados
podem retardar a evolução da doença.
Neste processo a participação da família
é fundamental e deve começar pela compreensão
da doença. A educação dos familiares
e cuidadores é peça fundamental no processo
terapêutico. A manutenção da dignidade
e do auto respeito deve ser uma constante. O paciente deve
ser estimulado a manter atividades, como exercícios
físicos, afazeres domésticos, e se possível,
participação de atividades sociais com outras
pessoas. Os exercícios de memória devem ser
estimulados (Oficina da Memória). A terapia ocupacional
tem grande importância no tratamento. Nas situações
de ansiedade ou agitação devem ser utilizados
tranqüilizante suaves e ao se observar quadro depressivo
este deve ser tratado da maneira convencional. Os pacientes
devem possuir junto a si informações sobre a
doença e seu endereço, pois com freqüência
saem de casa para perambular e se perdem.
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- A
preocupação com a prevenção da
doença tem sido motivo de inúmeros trabalhos
científicos. A identificação de fatores
hereditários, a reposição hormonal, o
uso de drogas anti-inflamatórias e até o desenvolvimento
de vacina estão sendo consideradas.
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- A
terapêutica molecular, que irá atuar sobre os
genes alterados, parece ser o futuro do tratamento da doença
de Alzheimer.
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Dr.
João Roberto D. Azevedo
-
Médico
neurocirurgião
Autor do livro "Ficar Jovem Leva Tempo
Um Guia
para Viver Melhor". Editora Saraiva. E-mail: jrobert@dialdata.com.br
www.ficarjovemlevatempo.com.br
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