Pulga
O
inseto mais comum nos animais de estimação
Lúcia
Helena Salvetti De Cicco
- FILO: Arthropoda
- ClASSE: Insecta
- ORDEM: Siphonaptera (mais de mil espécies)
- CARACTERÍSTICAS:
- Comprimento:
até 0,4 cm
- Boca
equipada para sugar o sangue.
Todo
mundo conhece a pulga. Ela vive com o homem em todos os lugares,
sobretudo onde a higiene não é adequada. É
um saltador impressionante. De fato, pode ser considerada o
maior campeão olímpico de saltos de todos os tempos.
pode saltar 75 vezes a sua própria altura e 25 vezes
seu comprimento. Há pulgas treinadas para fazer toda
espécie de acrobacias e algumas delas chegam a mover
pequenas carruagens de papel.
Nem
todas, porém, são amestradas. a maior parte vive
nos mamíferos, nutrindo-se do seu sangue. Estas são
perigosas. Quando passam de um hospedeiro para outro, podem
levar germes de doenças graves. Aquelas que vivem nos
ratos podem transmitir às pessoas a mortal peste bubônica.
A pulga põe os ovos entre as tábuas do assoalho
e outras frestas de casa. Em poucos dias saem as pequenas larvas
brancas que se encasulam em lugarem úmidos e escuros
para transformar-se primeiro em ninfa (forma intermediária
entre a larva e o inseto adulto) e depois em pulga adulta. Então
saem para procurar um hospedeiro.
COMO
OS ANIMAIS ÃO INFESTADOS E QUAIS SÃO OS SINTOMAS
As
pulgas são pequenos insetos marrons e sem asas. Elas
dependem do hospedeiro, que neste caso são o cão
e o gato, para se alimentarem e se protegerem, permanecendo
toda a sua vida nestes e em outros animais contactantes. Além
de provocarem incômodo pelas picadas, transmitem vermes,
parasitas sangüíneos e podem induzir a processos
alérgicos, diminuindo a qualidade de vida de nossos animais.
Visto que são capazes de pular até 30 cm, não
havendo portanto a necessidade de contato íntimo, o cão
ou o gato podem adquiri-las passeando na rua ou no próprio
quintal, prédio ou carro onde possam ter acesso outros
animais. Daí a importância de oferecermos a eles
mecanismos de combate e proteção contra as pulgas.
Caso o animal já as possua, ou apenas se queira evitar,
há um verdadeiro arsenal disponível, o que escolher?
Para cada caso há uma solução mais adequada,
dependendo do grau de infestação, do tipo dos
ambientes em que vive e freqüenta, do número e condições
dos animais com quem tem contato e se é alérgico
ou não. Tais fatores vão orientar o esquema de
erradicação das pulgas quanto aos medicamentos
e período necessários para tal.
Há
mais de 2000 espécies em todo o mundo, porém,
a Ctenocephalides felis felis é a espécie mais
comum, prevalecendo em mais de 90% dos cães e gatos.
A fêmea da pulga deposita seus ovos (brancos com 0,5 mm
de comprimento) no animal e, como não se fixam, caem
no ambiente onde apenas dependem da temperatura e da umidade
para eclodirem em larvas, num período de até 10
dias. Estas aprofundam-se nos carpetes, cobertores e frestas
de pisos, onde se alimentam de restos orgânicos e fezes
de pulgas adultas. Em 5 a 11 dias formam um casulo onde ocorre
a forma de pupa. A 27ºC e 80% de umidade ambiental, podem
se transformar em pulgas adultas em apenas 5 dias. Porém,
tal fato só ocorre se houver animais ou pessoas no ambiente;
caso contrário as pulgas podem permanecer no casulo por
até 140 dias. Normalmente o ciclo de vida se completa
em 3 a 4 semanas e as pulgas vivem no animal por mais de 100
dias. A partir do quarto dia se alimentando do sangue do animal,
cada fêmea produz , em média, 20 ovos por dia durante
21 dias. Se não interrompermos o ciclo, a infestação
no animal torna-se extremamente incômoda e maléfica
à sua saúde.
A
pulga causa um prurido intenso devido as suas picadas. Existem
animais que desenvolvem uma dermatite pruriginosa e pápulo-crostosa
na região lombossacra, dorsal, coxal, caudo medial, abdomem
ventral, flanco e pescoço com áreas de rarefação
pilosa. Ainda se encontra nos pêlos, fezes das pulgas
(pontos pretos que quando apertados observa-se uma coloração
avermelhada).
Quando
ingeridas pelos cães e gatos no ato de se lamberem ou
se mordiscarem, ou pelo homem acidentalmente, levam, para o
intestino, a forma infectante do Dipylidium caninum, verme cestóide,
semelhante à Tenia, "solitária" do homem.
Constitui-se, portanto, numa zoonose e pode, nos animais, levar
a emagrecimento, diarréia, perda de pêlos e até
à morte se não tratada. O animal apresenta coceira
na região anal, arrastando a região no chão,
e ,às vezes, podem ser vistas as proglotes do verme,
pequenos reservatórios de ovos, em volta do ânus
ou nas fezes, semelhantes a grãos de arroz.
Os
gatos, por sua vez, são vítimas de um parasita
sanguíneo, chamado Hemobartonella felis, transmitido
naturalmente pela picada da pulga, causando a doença
denominada de Hemobartolenose. Os sintomas são perda
de peso, fraqueza, depressão e falta de apetite, devido
a uma anemia que pode se tornar crônica. Se não
tratados, mais de 30% dos gatos podem vir a óbito.
Como
se não bastassem as doenças acima citadas, o incômodo
da presença das pulgas sobre a pele do animal pode ser
agravado se este desenvolver alergia às picadas deste
inseto. Tanto o cão quanto o gato são passíveis
de manifestarem uma hipersensibilidade em que basta uma picada
por semana para induzir a uma coceira insuportável, induzindo
o animal a se ferir, muitas vezes gravemente, o que exige um
tratamento urgente. Quando não tratada no início,
a alergia torna-se crônica, levando a alterações
irreversíveis da pele e da pelagem, além de poder
alterar o estado emocional do animal, que permanece em constante
estado de estresse devido à coceira incessante. O cão
ou o gato, em alguns casos, passa a comer menos e torna-se deprimido
ou agressivo, dependendo de sua personalidade. É também,
muitas vezes, isolado do convívio familiar por causa
das condições de sua pele, que pode apresentar
descamação e infecções produtoras
de odores desagradáveis.
A
PULGA E O HOMEM
Como
todos podemos ver, as pulgas também podem afetar o homem
que apresenta reações alérgicas, e consiste
em um aglomerado de urticária papulares localizada nas
extremidades inferiores (pernas). Elas são transmissores
do tifo, praga, tularemia e hospedeiro intermediário
do DIPYLIDIUM CANINUM (semelhante a um grão de arroz),
que acomete cães e gatos. Portanto, as pulgas não
devem ser eliminadas e evitadas por toda a vida do animal apenas
por ser um inseto, mas sim por interferir significativamente
na saúde e bem-estar dos nossos fiéis companheiros.
PROFILAXIA
A
maior parte do ciclo de vida da pulga ocorre fora do seu hospedeiro
(os animais) e devido a isso, existe a necessidade de cuidar
também das instalações e ambiente onde
o animal vive, além dele mesmo.
Através
de uma orientação adequada; pode-se dar um tratamento
ao animal para que ele fique sem pulgas. Inseticidas no ambiente,
além de um vermífugo correto para eliminar o DIPYLIDIUM
sp do animal de estimação, são necessários.
Podemos
encontrar uma variedade enorme de sabonetes, shampoos, pós,
talcos, sprays e coleiras anti-pulgas, alguns para serem usados
nos cães e gatos e outros nos ambientes, porém
atualmente contamos com medicamentos mais modernos, seguros
e eficientes.
A
dedetização periódica dos locais freqüentados
pelos animais, desde que realizada por empresas especializadas,
ou caseira com produtos idôneos, auxilia no controle das
pulgas do animal devido à erradicação das
formas intermediárias que se encontram no ambiente. No
caso de serem utilizados aspiradores de pó com sacos
não descartáveis, é recomendado colocar
pó anti-pulga nestes para que não se tornem ninhos
em potencial, devido ao calor e à quantidade de restos
orgânicos acumulados.
É
muito importante que se saiba que todos os produtos são
capazes de induzir a intoxicações caso não
sejam utilizados de acordo com as recomendações
do fabricante, ou seja, algumas substâncias não
podem ser ingeridas, utilizadas nos animais (só no ambiente),
em filhotes de até uma certa idade, em gatos, em fêmeas
prenhes ou em lactação ou em animais que possuam
algum problema de saúde específico. Ou seja, além
de proteger a saúde dos animais e das pessoas (que convivem
com estes e/ou vão manipular os produtos), seguir rigorosamente
as instruções da embalagem permite obtermos o
máximo do efeito anti-pulga.
- Se
possível, este controle deve ser realizado continuamente,
visto que não possuímos estações
climáticas bem definidas, havendo períodos quentes
até mesmo durante o inverno, que permitem a reprodução
eficiente das pulgas. Devido à grande quantidade existente
e ao constante surgimento de novos produtos anti-pulgas, recomenda-se
consultar o médico-veterinário antes de adquiri-los
a fim de se garantir o melhor resultado possível para
cada caso, dependendo do grau de infestação,
da espécie animal, da idade, do tipo de pelagem e do
estado de saúde do nosso bichinho. O importante é
não desprezarmos este pequeno inimigo, que, por viver
há mais tempo que nós neste planeta, encontra-se
muito bem adaptado ao nosso meio-ambiente, acompanhando-nos
sempre que puder. Vamos manter como companheiros apenas nossos
cães e gatos?
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Lúcia
Helena Salvetti De Cicco
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Diretora de Conteúdo e Editora
Chefe