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Psitacose
Lúcia
Helena Salvetti De Cicco
Psitacose é uma doença infecciosa causada
por bactérias que infectam preferencialmente os psitacídeos
(papagaios, araras, periquitos, etc), podendo eventualmente
infectar o homem quando ele entra em contato com animais portadores
- sãos ou doentes - ou ainda com secreções,
dejetos ou produtos derivados dos mesmos, como ocorre em matadouros,
aviários, granjas e indústrias que utilizam penas
ou outros derivados de aves. Além de psitacídeos
(os primeiros em que se descobriu a doença), numerosas
outras aves (pombos, galinhas, canários, faisões,
perus, etc) podem infectar-se e transmitir a doença;
dai a denominação mais correta de ornitose em
substituição a Psitacose, já que esta última
limitaria a enfermidade apenas aos psitacídeos. O agente
etiológico da ornitose é uma bactéria intracelular
que pertence ao gênero Chlamydia (Chlamydia psittaci).
Tais bactérias apresentam características ora
dos verdadeiros vírus, ora das riquétsias e bactérias.
A
via respiratória constitui a porta de entrada da bactéria,
aqual é aspirada com poeiras provenientes de gaiolas
ou logradouros contaminados por dejetos e secreções
dos animais doentes ou portadores. A doença é
enzoótica entre as aves, dada a promiscuidade em que
elas vivem. A contagiosidade inter-humana é possível,
mas não comum. Existe tanto entre animais como em seres
humanos, sendo o portador responsável por surtos epidêmicos
ou casos isolados. Parece que crianças e jovens são
menos suscetíveis à doença do que os adultos.
SINTOMAS
NAS AVES:
O
período de incubação da doença nas
aves pode variar de 3 a 106 dias. Os sintomas podem ser distinguidos
em forma serosa ou respiratória, digestiva ou na forma
mista. Observa-se portanto, dependendo da forma que a doença
se manifesta, sonolência, debilidade, falta de apetite,
eriçamento das penas, diarréia com intensidade
diversa.
Após emagrecimento progressivo e caquexia, os animais
morrem, freqüentemente com sintomas de paralisia no prazo
de uma a duas semanas. Também ocorrem mortes súbitas
sem sintomas prévios da doença. Um animal doente
pode ser curado, mas continua portador eliminando o agente por
meses. O tratamento de escolha é à base de antibióticos.
SINTOMAS
NOS HUMANOS:
No
homem o órgão mais comprometido é o pulmão,
que apresenta uma pneumonia atípica. Não existe
vacina para uso humano. O contágio pelo homem ocorre
por inalação de pó que é levantado
nas gaiolas ou recintos de animais infectados, ou durante o
sacrifício destes, ao manipular as penas. A infecção
também pode ser produzida por picadas de papagaios infectados
e o ato de dar-lhes alimento com a boca.
Os
sintomas no homem ocorrem depois de um período de incubação
de 7 a 14 dias, onde observa-se aumento de temperatura até
40C. Aparecem em seguida fortes dores de cabeça, picada
no tórax, tosse irritativa e dolorosa, dores lombares
e nas extremidades, sudorese, inapetência e fraqueza.
Geralmente
é desenvolvido uma pneumonia com infiltrados densos ,bilaterais
e amplos, vistos em radiografia. Ainda pode apresentar estados
excitativos e nervosos de origem central, alterações
circulatórias tóxicase, mais raramente, erupções
cutâneas.
Os casos leves da doença são semelhantes à
gripe ou uma simples indisposição. Utiliza-se
antibióticoterapia como tratamento e realização
de meio eficaz de diagnóstico para confirmar a doença,
diminuindo-se a incidência de morte humana. A cura e a
convalescência podem ser prolongadas.
É
obrigatório a notificação de casos de psitacose
tanto no animal como no ser humano, bem como da sua morte.
PROFILAXIA:
As
medidas profiláticas consistem em evitar os fatores que
diminuem a resistência dos animais, como obter uma boa
alimentação e boas condições de
manejo e higiene das gaiolas ou terreiros, evitar concentração
excessiva dos animais destinados à engorda e à
reprodução, impedir os contatos com aves terrestres
ou aquáticas, bem como eliminar os animais clinicamente
doentes. Ainda é necessário o atendimento veterinário
regular das criações e populações
aviárias mediante controle sorológico.
Outro
problema é na hora do abate, onde somente animais sadios
devem ser utilizados para o consumo. Além de evitar
a longa espera das aves no matadouro, promover depenação
em condições úmidas, conter vestiário
e roupas higiênicas para pessoas que trabalham no matadouro.
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Lúcia
Helena Salvetti De Cicco
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Diretora de Conteúdo e Editora
Chefe