- Em
Busca de Dentes Sadios
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O cuidado com a saúde
bucal, em particular com a integridade dos dentes, ao contrário
do que se pensa é uma preocupação bem remota
na vida humana. Contemporâneo de Aristóteles, o
médico grego Diocles de Caristo recomendava a seus clientes
que toda manhã esfregassem com os dedos as gengivas e
os dentes os quais deveriam estar com uma camada de hortelã
finamente pulverizada para facilitar a remoção
das partículas de alimentos neles aderidas. Outros produtos
eram utilizados pelos gregos com o intuito de limpar os dentes
e as gengivas, sendo bastante usado um pó feito de talco,
alabastro e coral.
Por sua vez, os romanos
criaram pós mais complexos, sendo um deles chamado de
"dentifricium" que continha cinzas de ossos,
de dentes de animais e de ervas, mais pedra-pome, areia, lã
e a aromática mirra, O sal marinho era usado por romanos
e judeus para branquear os dentes.
Já na Idade
Média, eram utilizadas ervas aromáticas como a
sálvia e passou-se a dar especial atenção
à utilização excessiva de abrasivos que
causavam um desgaste do esmalte, como constatou o italiano Bartolomeu
Eustáquio por volta de 1500.
No século XVIII,
misturava-se pó de sépia com aditivos aromáticos,
e o termo "pasta dentifrícia" aparecia numa
enciclopédia francesa em 1771. No século XIX, os
ingredientes utilizados na higiene bucal eram carbonato de cálcio,
mentol, pó de coral e sabão.
Em 1839, surgia na
cidade de Baltimore nos Estados Unidos, a primeira Faculdade
de Odontologia do mundo sendo que a partir de então, formulação
das pastas para limpeza dos dentes e gengivas começavam
a ser mais cuidadas. Os primeiros cirurgiões-dentistas
americanos divulgavam que a composição das mesmas
era a base de carbonato de magnésio, timol e eugenol.
Daí para a produção
industrial dos dentifrícios foi um passo, em 1890 o fabricante
de sabonetes William Colgate, teve a idéia de lançar
no mercado americano um creme dental com tubos de estanho flexíveis.
Em 1927, a Colgate-Palmolive
passou a vender o seu creme dental no Brasil, a qual foi seguida
poucos anos depois pela Gessy e pela Kolynos.
Na década de
50, os resultados das pesquisas já evidenciavam a eficiência
do flúor na prevenção da cárie, sendo
que este passou a fazer parte da composição de
alguns cremes dentais. Nos anos 70 surgiu o creme dental na forma
gel, o que facilitaria a penetração do mesmo entre
os dentes. No início dos anos 90 a legislação
brasileira regulamenta a composição básica
de um creme dental e o flúor é presença
marcante em quase todas as formulações disponíveis.
Atualmente a composição
básica de um creme dental é a seguinte: carbonato
de cálcio e sílica hidratada (agentes de polimento),
pirofosfato de sódio (agente antitártaro), triclosan
(agente antibacteriano) e fluoreto de sódio (agente anticárie).
Vale lembrar que pequenas diferenças na formulação
podem ocorrer de fabricante para fabricante, basta ir ao supermercado
observar a variedade de sabores, cores e indicações
específicas( adultos e crianças) dos diferentes
cremes dentais disponíveis.
O importante ressaltar
que a utilização de um creme dental por si só
não é a garantia de dentes sadios, ele deverá
estar associado a ação mecânica da escova
e do fio dental para a remoção da placa bacteriana,
e assim efetuar o seu papel na manutenção da saúde
bucal.
Por outro lado, sabe-se
que mesmo estes cuidados por vezes podem não ser completamente
efetivos principalmente em se tratando de crianças, para
isso é importante o acompanhamento periódico feito
por um Odontopediatra, sendo este o caminho para garantir dentes
sadios e um sorriso perfeito.
Profa Dra
Maria Aparecida de A M Machado*
(*
Professora da Disc. de Odontopediatria da FOB/USP )
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