Gravidez
Precoce
A
gravidez precoce é considerada como um problema de saúde
pública no Brasil e em outros países. No Brasil,
uma em cada quatro mulheres que dão à luz nas
maternidades tem menos de 20 anos de idade. Estas meninas que
não são mais crianças, nem tão pouco
adultas, estão em processo de transformação
e, ao mesmo tempo, prestes a serem mães. O papel de criança
que brinca de boneca e de mãe na vida real, confundem-se
e na hora do parto é onde tudo acontece. A fantasia deixa
de existir para dar lugar à realidade. É um momento
muito delicado para essas adolescentes, e que gera medo, angústia,
solidão e rejeição.
As
adolescentes grávidas vivenciam dois tipos de problemas
emocionais: um pela perda de seu corpo infantil, e outro por
um corpo adolescente recém-adquirido, que está
se modificando novamente pela gravidez. Estas transformações
corporais rapidamente ocorridas, de um corpo em formação
para o de uma mulher grávida, são vividas muitas
vezes com certo espanto pelas adolescentes. Por isso é
muito importante a aceitação e o apoio quanto
às mudanças que estão ocorrendo, por parte
do companheiro, dos familiares, dos amigos e principalmente
pelos pais.
A
escola muitas vezes não dispõe de estrutura adequada
para acolher uma adolescente grávida. O resultado é
que a menina acaba abandonando os estudos durante a gestação,
ou após o nascimento da criança, trazendo conseqüências
gravíssimas para o seu futuro profissional.
Os
riscos de complicações para a mãe e a criança
são consideráveis quando o atendimento médico
pré-natal é insatisfatório. Isto ocorre
porque, normalmente, a adolescente costuma esconder a gravidez
até a fase mais adiantada, impedindo uma assistência
pré-natal desde o início da gestação.
É muito comum também o uso de bebidas alcoólicas
e cigarros o que aumenta os riscos de surgimento de problemas.
Ainda
existe a possibilidade de gestações sucessivas,
os riscos do aborto provocado e as dificuldades para a amamentação.
Por isso, a gravidez entre adolescentes deve ser encarada como
um problema não apenas médico, mas de toda a sociedade.
É importante a participação da família,
serviços médicos e instituições,
tanto governamentais como não-governamentais, no combate
à gravidez precoce e indesejada.
Lúcia
Helena Salvetti De Cicco
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe
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