Hipertrofia das
Amidalas
Gostaria de pedir sua
opinião sobre o caso da minha filha, Láyla, 06
anos. Criança não alérgica, saudável.
Raramente adoece. Tenho observado que ela ronca, respira pela
boca e baba durante o sono. Levei-a a um colega otorrino, que
encontrou hipertrofia das amidalas (elas quase se tocam na linha
média) e hipertrofia das adenóides. Segundo ele,
quase nunca se consegue observar as adenóides, porém,
as da Láyla, são parcialmente visíveis.
Solicitou Rx do cavo e seios da face. Afirmou que, no caso da
Láyla, as 02 correntes da especialidade concordam com
a indicação da remoção cirúrgica.
Afirmou também que o organismo desenvolve outros mecanismos
de defesa p/compensar a falta de tais órgãos linfóides
e que a faringites pós-amidalectomia são predominantementede
fundo alérgico.
Cálide
Prezado Cálide:
A obstrução respiratória persistente realmente
pode justificar a necessidade de remoção cirúrgica
de amídalas e adenóides. Em casos de acometimento
mais intenso, pode haver evolução para hipoxemia
crônica, comcor pulmonale secundário a vasoconstrição
pulmonar hipóxica. Deste modo, pode realmente ser necessária
intervenção cirúrgica, nestes casos de sintomatologia
exuberante. Uma possibilidade a ser discutida com os colegas
ORL e pediatra que acompanham sua filha é o fato de que,
quando os sintomas não são muito exuberantes, pode-se
aguardar mais seis meses a um ano antes da cirurgia, porque a
partir dos 6 anos ocorre uma progressiva atrofia fisiológica
do tecido linfóide do anel de Waldeier. Em relação
ao seguimento pós-operatório, realmente não
se observam distúrbios imunológicos em crianças
amidalectomizadas e/ou adenoidectomizadas. Estou ao dispor para
qualquer outro esclarecimento necessário.
Dr. Marcos Tadeu
Nolasco da Silva - Pediatra e especialista na área de
AIDS infantil, Infectologia Pediátrica e UTI da Unicamp
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