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Laparoscopia (Aderências)
Prezado(s) Doutor(es),
Minha esposa está com uma cirurgia marcada para o próximo
dia 07/05/97. Irá se submeter a uma laparoscopia para retirar
"aderências". Após "n" exames de ultra-sonografia
intravaginal, não foi detectado nada. Apenas baseando-se
nas dores reclamadas por ela, seu médico sempre alegou
que isso era normal. Vale ressaltar que essas dores crônicas,
apareceram após o parto. Foi efetuada uma cesariana, onde
tivemos um garotão que hoje já tem 7 anos. Minha
esposa tem 36 anos, é fumante e seu peso está acima
do normal. Ele tem medo que seja câncer, eu acredito que
não. Após consultarmos outro especialista, esse
confirmou as aderências e então solicitou uma série
de exames e marcou a laparoscopia. Gostaria de saber quais as
seqüelas que esse tipo de cirurgia poderá trazer.
Existirá alterações metabólicas, pulmonais
e cardiovasculares e função da inserção
de gases.
Por favor amenize minhas dúvidas.
Grato,
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Luis Cláudio
"Caro Sr. Luís
Cláudio:
Vamos dividir a resposta a sua pergunta em 2 partes. Primeiramente,
vamos esclarecer o que são "aderências" e ulteriormente,
sobre a laparoscopia, ok? Pois bem, as aderências são
resultantes de processos progressos que alterem a integridade
dos tecidos, no caso de sua esposa, uma cirurgia (parto pós
cesariana). Em realidade, são respostas cicatriciais exageradas
que promovem a aderência de uma alça intestinal (tripa)
à outra alça ou órgão da cavidade
abdominal, como o útero, por exemplo. Diante desta situação,
são comuns dores pélvicas, distensão do abdome
por gases, e em casos mais graves situações de sub-oclusão
e até oclusão total do trânsito do intestino.
A cirurgia, portanto, consiste na liberação do ou
dos processos aderências. Quanto às seqüelas,
em situação normal, o que deve ser salientado é
que a liberação da aderência promove a formação
de novas áreas onde pode ocorrer novamente aderências,
e o problema retornar a incomodar no futuro. Saliento porém,
que a utilização da vídeo laparoscopia diminuiu
em muito a reincidência da patologia, visto a menor agressividade
do método e a inexistência de grandes incisões,
locais preferenciais para a ocorrência das mesmas.
Quanto as repercussões metabólicas, obviamente elas
existem. A insuflação do gás carbônico
é monitorada eletronicamente pelo aparelho, evitando-se
pressões acima do indicado. Quanto a absorção
pelo organismo, os bons hospitais possuem um aparelho que é
essencial para a realização deste método
que se chama "capnógrafo", que mede constantemente a taxa
de gás carbônico absorvida. Pergunte ao anestesista
se este aparelho estará disponível no hospital da
realização da cirurgia. Diante disto, o trauma e
as repercussões nas funções respiratórias
e cardíacas não são maiores que na cirurgia
convencional, e em mãos de médicos com EXPERIÊNCIA
em vídeo laparoscopia, o risco de complicações
são mínimos.
Parabéns pelo meninão e espero que dê tudo
certo. Estou a disposição para eventuais esclarecimentos.
Dr. José Luís
Simonetti - Coordenador da Especialidade de Cirurgia Vídeo
Laparoscopica do Hospital Virtual - Campinas/SP
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