Leucemia
É
possivel que em um paciente com LLA tipo FAB La, cALLA positivo,
sem características aneuploides (46 crom.) e com as seguintes
contagens sanguineas na época da detecção:
6.000 leuco, 8,3 hemoglobina, com febre 38º e dores ósseas,
é possivel a doença retornar?
Foi
diagnosticada no dia 20 de dezembro e entrou em remissão
em 5 de janeiro. Em tratamento há 3 meses, ele está
apresentando manchas roxas pelo corpo (algumas), mas suas plaquetas
estão normais.
A
anemia está em 8,6, mas no exame foram encontrados raros
mononucleares atípicos.
Os médicos dizem que isto acontece, mas por que as manchas
roxas e os mononucleares atípicos?
Gostaria
de saber o porque praticamente inexistem páginas que tratem
do assunto no Brasil. Tam´bem não existe nenhum grupo de
suporte. Casualmente eu estou num grupo americano e estou achando
muito bom.
Meu
filho tem LLA e consigo trocar experiências com outras mães.
O
que parece, aqui no Brasil, é que esta doença possui
um tabu até mesmo entre os médicos. Imaginem criar
um grupo de pais de crianças com esta doença! Se
já existe, por favor me informem.
Kátia
Prezada
Kátia,
Vamos
por partes:
1)Parece que a criança em questão apresenta um bom
prognóstico de cura pelas características clínico-laboratoriais
relatadas na consulta. Como falei antes parece ser um caso de
bom prognóstico, não sei a idade da criança,
se encontrar-se na faixa entre 1 e 10 anos o prognóstico
é bom. Com os protocolos atuais, em casos de doença
classificada como risco básico ("standard"), a taxa de
sobrevida livre de doença está em torno de 80%.
2) Quanto a pergunta se a doença pode voltar ou não,
a resposta é sim. A doença pode voltar.
3) Em relação a presença de mononucleares
atípicos, e manchas roxas, isto pode acontecer, pois durante
o tratamento quimioterápico, a medula óssea pode
liberar células anômalas, que não significam
doença. Este é um ponto importante pois o citologista
que acompanha o caso deve ser experiente para diferenciar células
anômalas, das células blásticas características
da doença em atividade. Apesar de plaquetas em números
normais, estas podem apresentar defeitos qualitativos, levando
ao surgimento de manchas roxas.
4)Em relação a homepages específicas no Brasil,
ainda não conheço nenhuma. Posso estar desinformada.
Talvez por questão de tabu, mas possso assegurar-lhe que
o grupo brasileiro de oncologistas pediátricos é
um grupo bastante interessado e nos últimos 10 anos vem
tentando desmistificar a doença, inclusive tentando esclarecer
a comunidade médica de que dispomos de tratamentos que
levam a cura destes pacientes.
5)Em relação a grupos, não sei de que cidade
você fala, mas posso te dar maiores informações
após saber de onde você é.
Por
fim, coloco-me a sua disposição para ajudá-la
no que for possível.
Flávia
Bandeira - Oncohematologia Pediátrica
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