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Leucemia Mieloide Crônica

Gostaria de informações sobre a leucemia mieloide crônica, como tipos de tratamento e duração, chances de cura, etc. Sei que um tratamento indicado e' o transplante de medula. Quais as possibilidades de cura nesse caso? Se não puderem me responder, gostaria de indicações de fontes para procurar as respostas.

 

Fabiola

As Leucemias são enfermidades que inicialmente comprometem a Medula Óssea, tecido esponjoso que existe no interior dos ossos longos e responsável pela hematopoeise (fabricação do sangue). As Células Imaturas da Medula Óssea, que dão origem as células mais maduras do sangue são chamadas de blastos. Nestes blastos residem as alterações malignas que caracterizam as leucemias. As Leucemias podem ser Agudas (quando ha progressão rápida e predominam os blastos ditos Imaturos) e Crônicas (que se arrastam lentamente e predominam células de aparência mais madura). A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) também chamada de Leucemia Granulocitica Crônica, é uma enfermidade insidiosa, lenta que compromete freqüentemente pessoas já adultas de idade media ou avançada. Por ser insidiosa às vezes torna-se de difícil diagnóstico, sendo sintomas vagos como cansaço, mal estar, sudorese noturna, comuns a várias doenças, os únicos sintomas presentes durante meses ou anos talvez. Como a doença é progressiva e com o tempo há invasão de outros órgãos, como fígado e baço, alterações no tamanho destes órgãos são freqüentemente associados ao achado casual de Leucocitose no sangue, as formas mais comuns de diagnóstico da doença. Uma característica especial da LMC e a presença de uma alteração cromossomial, denominada Cromossoma Philadelfia, que encontra-se presente na maioria dos pacientes.

Duas fases estão presente no desenvolver da LMC. A primeira fase é a Fase Crônica, onde existe uma produção exagerada de células brancas no sangue. Uma segunda fase, a Fase Blástica é uma fase aguda que pode ocorrer a qualquer momento no decorrer da doença e caracteriza-se por substituição em mais de 50% do tecido medular normal por células blásticas. Neste ponto a doença é muito agressiva e não responde bem a terapêutica.

É difícil se falar em prognóstico deste ou aquele tipo de tratamento em razão de que vários fatores devem ser levados em consideração como o estágio da doença, o tempo de diagnóstico, a presença de comprometimentos de outros órgãos, inclusive cérebro, os recursos médicos (e financeiros) disponíveis pelos centros médicos locais e pelo paciente e a existência ou não de outras doenças concomitantes quase sempre presentes nesta faixa etária, como cardiopatias, pneumopatias, doenças renais, etc.

De um modo geral o tratamento pode envolver uma das seguintes modalidades: Quimioterapia, Radioterapia, Transplante de M.O., Imunoterapia, Cirurgia.

O tratamento quimioterapico e geralmente bem tolerado com poucos efeitos colaterais e melhora em muito a qualidade de vida do paciente na fase crônica. Geralmente é feito de forma oral e pode se prolongar por meses ou anos. Cirurgia ou Radioterapia podem ser necessários para diminuir desconforto em caso de esplenomegalia (aumento do baço) ou outras infiltrações. A Imunoterapia feita através de substancias que procuram estimular as defesas naturais do organismo no combate a doença vem sendo realizado ha pouco tempo e os primeiros trabalhos com o Interferon, mostram bons resultados. A eficácia do transplante nesta fase depende enormemente dos fatores já referidos, alem da existência de doadores compatíveis, centros de transplantes experientes, suporte hemoterápico e inexistência de fatores como infecções, sangramentos etc.

Como se trata de uma doença que pode ter seu curso natural longo, a abordagem terapêutica deve ser discutida entre o paciente, familiares e equipe medica de forma realista, pesando-se as diversas alternativas terapêuticas disponíveis e adequadas para cada caso.

Dr. Talvã Araripe Cavalcante - Hematologista e Hemoterapeuta
 
 

 
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