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Reposição Hormonal

Minha esposa tem 49 anos.Resultado dos seus exames:

  • Dosagem de Estradiol:169 pg/ml
  • Dosagem de FSH:11.9 mIU/ml
    • O resto tudo normal: LDL, HDL, glicose, leucócitos, éritrócitos, etc.

      Já apresenta sintomas de menopausa: insônia, dores no corpo, mudança de humor, calores, irregularidade na menstruação.
      Tem boa estrutura óssea: peso 65 kg, altura 1m65cm

      O médico já lhe receitou reposição hormonal. Ela tomou durante algum tempo (Livial, Dilena) mas parou com receio de engordar. Atualmente sente muitas dores nas pernas. Tem medo de estar com osteoporose.

      Deve continuar com a reposição? Precisa fazer densitometria? Deve consultar um reumatologista?

      Peço orientação genérica.

      Sergio

      Prezado Sergio,

      Acabo de retornar do XV Congresso Mundial da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, Copenhagen, Dinamarca. Em primeiro lugar devo dizer que os países mais desenvolvidos estão muito preocupados com cuidados da população de terceira idade. É fundamental orientar as mulheres que estão entrando em menopausa que o exercício físico e a exposição saudável ao sol são extremamente importantes. A terapia de reposição hormonal tem indicação em pacientes sintomáticas. O que ficou claro nas discussões em Copenhagem é que as mulheres que são submetidas a terapia hormonal de reposição (TRH) não tem mais câncer ginecológico dos que as que não usam medicação e que em relação ao câncer de mama PODE haver um aumento discreto do risco relativo. Para termos certeza se há este aumento há necessidade de aguardarmos o resultado dos estudos de Boston que compara prospectivamente um grupo grande de mulheres com TRH x um grupo sem TRH. Se o risco existir ele é pequeno.

      Por outro lado o que me impressionou é que se acumulam evidências de que as mulheres submetidas a TRH tem menos perda de memória e parece haver também menor incidência de Doença de Alzheimer. Isto porque a TRH atuaria diretamente sobre os vasos do sistema nervoso central, diminuindo a ateromatose.

      Em relação a densitometria óssea, este é um exame de valor cada vez mais discutível. Serve como um parâmetro de osteopenia/osteoporose.

      A questão é adequar uma medicação com a qual a paciente que tiver indicação de usá-la sinta-se bem. Isto demanda um pouco de paciente e ajustes de dose e tipo de medicação.

      Dr. Thomaz Rafael Gollop do Instituto de Medicina Fetal e Genética Humana - SP

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