O
resto tudo normal: LDL, HDL, glicose, leucócitos, éritrócitos,
etc.
Já
apresenta sintomas de menopausa: insônia, dores no corpo, mudança
de humor, calores, irregularidade na menstruação.
Tem boa estrutura óssea: peso 65 kg, altura 1m65cm
O
médico já lhe receitou reposição hormonal. Ela tomou durante
algum tempo (Livial, Dilena) mas parou com receio de engordar.
Atualmente sente muitas dores nas pernas. Tem medo de estar
com osteoporose.
Deve
continuar com a reposição? Precisa fazer densitometria? Deve
consultar um reumatologista?
Peço
orientação genérica.
Sergio
Prezado
Sergio,
Acabo
de retornar do XV Congresso Mundial da Federação
Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, Copenhagen,
Dinamarca. Em primeiro lugar devo dizer que os países
mais desenvolvidos estão muito preocupados com cuidados
da população de terceira idade. É fundamental
orientar as mulheres que estão entrando em menopausa
que o exercício físico e a exposição
saudável ao sol são extremamente importantes.
A terapia de reposição hormonal tem indicação
em pacientes sintomáticas. O que ficou claro nas discussões
em Copenhagem é que as mulheres que são submetidas
a terapia hormonal de reposição (TRH) não
tem mais câncer ginecológico dos que as que não
usam medicação e que em relação
ao câncer de mama PODE haver um aumento discreto do risco
relativo. Para termos certeza se há este aumento há necessidade
de aguardarmos o resultado dos estudos de Boston que compara
prospectivamente um grupo grande de mulheres com TRH x um grupo
sem TRH. Se o risco existir ele é pequeno.
Por
outro lado o que me impressionou é que se acumulam evidências
de que as mulheres submetidas a TRH tem menos perda de memória
e parece haver também menor incidência de Doença
de Alzheimer. Isto porque a TRH atuaria diretamente sobre os
vasos do sistema nervoso central, diminuindo a ateromatose.
Em
relação a densitometria óssea, este é
um exame de valor cada vez mais discutível. Serve como
um parâmetro de osteopenia/osteoporose.
A
questão é adequar uma medicação
com a qual a paciente que tiver indicação de usá-la
sinta-se bem. Isto demanda um pouco de paciente e ajustes de
dose e tipo de medicação.
Dr.
Thomaz Rafael Gollop do Instituto de Medicina Fetal e Genética
Humana - SP