Conhecida
desde a antiguidade (o médico grego Areteu da Capadócia usou o
termo diabetes pela primeira vez no século I dC) o diabetes melito
é uma doença resultante de uma interação variável de fatores hereditários
e ambientais e caracterizada por secreção anormal de insulina,
níveis de glicose sanguínea inapropriadamente elevados e uma variedade
de complicações em órgãos terminais, incluindo nefropatia, retinopatia,
neuropatia e aterosclerose acelerada.
A classificação atual do diabetes melito distingue as seguintes
subclasses:
(1)Diabetes Tipo I ou Diabetes melito dependente de insulina,
define um grupo de pacientes literalmente dependentes de insulina
exógena para prevenir a morte; viroses de muitos tipos são alguns
dos agentes ambientais que podem induzir diabetes tipo I em pessoas
geneticamente suscetíveis, talvez envolvendo mecanismos imunocelulares.
(2)Diabetes
Tipo II ou Diabetes melito não-dependente de insulina, pacientes
que podem ou não usar insulina para controle de sintomas, mas
que não necessitam dela para sobreviver. Esta subclasse de diabetes
foi subdividida em tipo II obeso e tipo II não-obeso.
(3)Diabetes
associado a certas condições e sintomas tais como doença pancreática,
alterações de outros hormônios que não a insulina, à administração
de várias drogas e agentes químicos, anormalidades do receptor
de insulina, sindromes genéticas e populações mal nutridas.
(4)Diabetes
gestacional quando é descoberta durante a gravidez, geralmente
durante o segundo ou terceiro trimestre. Usualmente desaparece
ou torna-se sub-clínico após o fim da gestação.
(5)Intolerância
à glicose está presente quando indivíduos têm níveis de glicose
plasmática intermediário entre o normal e aqueles considerados
diabéticos.
Além da insulina e dos hipoglicemiantes orais a dieta é a espinha
dorsal de qualquer plano de tratamento para o diabetes. Sem uma
intervenção dietética eficaz, geralmente não se consegue bom controle
metabólico. Ainda assim é nitidamente raro que os diabéticos compreendam
e sigam suas prescrições dietéticas, atualmente, a compreensão
melhorou um pouco, porém a colaboração continua sendo um grande
problema. Existem, provavelmente, muitas razões para isso. Em
nossa sociedade, onde o alimento é usado como forma de gratificação,
reconpensa e mesmo de expressão de afeto, é muito difícil seguir
um plano dietético que exija o afastamento das práticas dietéticas
prevalentes. Além disso, a necessidade de constância e regularidade
na ingestão dos alimentos interfere, freqüentemente, com as vidas
familiar e social.
Finalmente,
em situações em que o plano dietético exige perda de peso e dessa
forma não permite saciedade à hora das refeições, somente os indivíduos
mais motivados e determinados tendem a aderir à sua dieta. Os
problemas com essa adesão são agravados quando os médicos não
dão atenção ao tratamento dietético ou não compreendem suas cararterísticas
essenciais.
Algumas recomendações nutricionais para pessoas diabéticas (da
Associação Americana de Diabetes):
-Atingir
e manter o peso ideal.
-Retirar 55 a 60% das calorias totais ingeridas, de carboidratos.
-Consumir alimentos que contêm carboidrato não refinado, com fibras,
procurando ingerir 40g de fibra solúvel por dia.
-Consumir apenas quantidades "modestas" de açúcar e apenas se
ficar demonstrado que a sacarose não afeta, de forma adversa,
o controle metabólico ou o peso corporal do indivíduo.
-O uso de vários outros adoçantes nutritivos e não nutritivos
é aceitável.
-Limitar a ingestão de proteína, no adulto, a 0,8g por Kg de peso
corporal.
-Restringir a ingestão de gordura para 30%, ou menos, das calorias
totais, sendo as gorduras saturadas e poliinsaturadas responsáveis
por menos de 10% das calorias totais (a gordura monoinsaturada
será responsável pelo restante das calorias a serem ingeridas).
-Restringir a ingestão de colesterol a menos de 300 mg por dia.
-Restringir a ingestão de sódio a 1,0g por 1000 calorias (não
exceder 3,0g por dia).
Em tempo, o acompanhamento médico contínuo e constante é uma necessidade
imperiosa. Peça para seu médico orientações sobre literatura dirigida
ao diabético.
Dr.
Paulo César Madi - Clínica Médica - Santo
Antonio da Posse - SP