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Também
conhecida como febre das Montanhas Rochosas, febre do carrapato,
febre negra ou doença azul, a febre Maculosa é
causada pela bactéria Rickettsia rickettsii,
transmitida ao homem, basicamente, pelo carrapato-estrela
o carrapato-de-cavalo (espécie Amblyomma cajennense)
infectado pela essa bactéria, que vive em roedores
como capivara e em gambás, coelhos, cavalo, gado, cão,
etc. que funcionam como hospedeiros da doença. Conhecida
no Brasil há mais de 70 anos (década de 20),
a febre maculosa se não for diagnosticada em tempo
pode matar o paciente em duas semanas.
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Por
se tratar de enfermidade antiga, embora pouco conhecida e
de diagnóstico sorológico difícil no
meio rural, deve-se tomar algumas precauções,
principalmente para as pessoas que vivem no campo ou eventualmente
visitam essas áreas. Ao se alimentar do sangue desses
animais, o carrapato adquire a riquétsia e a transmite
os seus filhotes e, o homem, ao ser picado por um desses carrapatos
adquirir a doença.
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Desde
a década de 30 os pesquisadores visavam obter uma vacina
contra a febre maculosa. Ente os cientistas se encontrava
José Lemos Monteiro da Silva, do Instituto Butantan,
que acabou adquirindo a doença juntamente com o seu
auxiliar técnico Edison Dias. Os dois trabalhavam no
laboratório triturando carrapatos quando foram picados
por eles. O cientista do Instituto Butantan e o seu assistente
morreram pois na época não havia medicamentos
para a doença e a pessoa picada por essa espécie
de carrapato infectado morria antes do décimo dia de
evolução da enfermidade. Depois disso, as pesquisas
que vinham sendo desenvolvidas pelo Instituto Butantan para
conseguir uma vacina foram abandonadas. Somente no final da
II Guerra Mundial é que surgiram os antibióticos
do grupo tetraciclina e cloranfenicol, responsáveis
pelo tratamento das pessoas atingidas pela doença.
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DIAGNÓSTICO
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Apesar
de a febre maculosa ser uma doença antiga, é
rara e o diagóstico é difícil, principalmente
se tiver que ser feito no meio rural. Somente por meio do
teste sorológico é possível detectar
a doença que se manifesta no homem depois de um período
de incubação de dois a 14 dias. Logo que a enfermidade
se manifesta, a pessoa sente forte mal-estar, acompanhado
de gripe violenta com uma febre repentina de 39 a 40 graus.
Abatida, a pessoa fica prostrada por causa do componente tóxico-infeccioso
que se encontra em seu organismo. Paralelamente, aparecem
máculas (manchas avermelhadas) nos pulsos, tornozelos,
palmas das mãos e nas solas dos pés. Caso o
diagnóstico não seja feito a tempo, o paciente
pode morrer. No início, os sintomas parecem um estado
gripal ou outras doenças febris de pequeno risco, o
que pode confundir o diagnóstico. Se não tiver
tratamento a doença evolui para um quadro de infecção
generalizada, com complicações pulmonares, vasculares,
desidratação, choques, coma e morte. Em casos
de alguns desses sintomas, o médico deve ser procurado
imediatamente, principalmente para quem vive na área
de risco
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CUIDADOS
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Trata-se
de uma zoonose transmitida do animal para o homem, quando
ele fica mais exposto
a uma área endêmica. Por esse motivo é
importante que as pessoas tomem alguns cuidados quando estiverem
no meio rural. "É comum ver pessoas entrarem no
mato de bermuda e tênis, correndo riscos, inclusive
de serem picadas por carrapatos. As pessoas devem se vestir
adequadamente quando forem a esses lugares. A calça
e a camisa devem ser compridas e claras, para que se possa
ver o carrapato que, quando adulto, atinge o tamanho de uma
unha do dedo mindinho. Se acontecer de o carrapato picar,
é importante retirá-lo o mais depressa possível,
a fim de diminuir o risco de infecção. Ao retirar
o carrapato, a pessoa deve fazê-lo bem junto à
pele para não deixar as peças bucais do invertebrado
no local onde ocorreu a picada.
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O
combate às diferentes espécies é feito
por meio de carrapaticidas, que podem ser diluídos
na água em que os animais são banhados. O estudo
dos carrapatos tem revelado fatos curiosos, como a reprodução
agâmica ou partenogenética, já verificada
na espécie Amblyomma rotundatum, comum em sapos
e cobras do Brasil.
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ANIMAIS
DOMÈSTICOS
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A
febre maculosa é uma zoonose que possibilita a circulação
da riquétsia entre carrapatos e mamíferos silvestres.
O cão, além de ser o reservatório dessa
riquétsia, também atua como um verdadeiro vetor
levando os carrapatos para dentro das casas. Os vetores são
os carrapatos, mais especificamente os Amblyomas ( A. Cajeunense,
carrapato estrela ou do cavalo, A. striatum, comum
em cães, A. brasiliensis e A. cooperi).
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Como
dissemos antes os animais infectados pela essa bactéria,
são os roedores como capivara e em gambás, coelhos,
cavalo, gado, cão, etc Dos animais domésticos,
apenas os cães podem apresentar alguma suscetibilidade
à doença, geralmente de forma benigna e dificilmente
detectada clinicamente. Uma vez infectados, os cães
e demais animais domésticos apresentam baixa concentração
de riquétsias circulantes, insuficientes para transformá-los
em reservatórios.
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Os
carrapatos e seus hospedeiros também sofrem as conseqüências
das mudanças bruscas introduzidas pelo homem em determinados
ecossistemas. Alterações nas condições
climáticas ambientais e variações na
comunidade de inimigos naturais, entre outros fatores gerais,
podem contribuir para a eliminação ou expansão
de espécies de carrapatos.
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A
domesticação de animais para a produção
de carne, leite, couro ou finalidade de transporte ou de companhia,
permitiu a gradual adaptação de algumas espécies
de carrapatos, e a restrição desses animais,
outrora nômades e hoje em estábulos, piquetes
e canis, houve multiplicação e a reinfestação
por carrapatos. No Brasil, por exemplo, as capivaras, reconhecidas
como reservatórios naturais do agente causal da febre
maculosa, quando confinadas podem sofrer infestações
maciças de carrapatos da espécie Amblyomma cajennense.
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As
capivaras, assim como outros grupos de mamíferos silvestres
em condições naturais, são reservatórios
transitórios das riquétsias, adquirindo resistência
duradoura após período parasitêmico, variável
entre alguns dias e algumas poucas semanas. Se os carrapatos
não tiverem a possibilidade de se reinfectar periodicamente,
a concentração de riquétsias nesses invertebrados
previamente infectados tende ao desaparecimento após
algumas gerações. É muito importante
chamar a atenção para o potencial risco relacionado
à domesticação de animais silvestres.
E, também temos a obrigação de manter
os cães livres dos carrapatos e ter muito cuidado para
não trazê-los das regiões endêmicas.
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CARRAPATO
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FILO:
Arthropoda
CLASSE: Arachnida
ORDEM: Acarina
SUBORDEM: Ixodides
FAMÍLIA: Ixodídeos
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Nas
épocas secas, as larvas de carrapato, comumente chamadas
de carrapatinhos, carrapatos-pólvora ou micuins, constituem
verdadeiro flagelo nas fazendas onde há grande quantidade
de animais, sobretudo éguas, e pastos sujos. Essa criaturas
desagradáveis, aparentadas com as aranhas, prendem-se
à pele dos animais e sugam tanto sangue a ponto de
se tornarem pequenas bolas moles.
O
Carrapato tem um ciclo de vida movimentado. Após uma
refeição de sangue, a fêmea põe
os ovos no solo. As fêmeas morrem logo depois de pôr
os ovos, de onde nascem larvas, que utilizam suas seis pernas
para alcançar um animal que passa. À medida
que vão se alimentando de sangue, as larvas transformam-se
em ninfas, algumas com oito patas. São menores que
os adultos e não desenvolvidas sexualmente. A maturidade
só é alcançada após inúmeras
modificações do seu corpo, que geralmente ocorrem
no solo.
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Os
carrapatos são muito vorazes, principalmente as fêmeas,
podendo permanecer sugando por horas ou dias. Os carrapatos,
contaminados após sugarem cães reservatórios
das riquétsias, transmitem os microorganismos ao homem
através das picadas, geralmente nas regiões
de pele fina e mais vascularizada.
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Entre
as espécies mais nocivas distingue-se o carrapato-de-boi
(Boophilus microplus), responsável pela transmissão
da doença conhecida como tristeza bovina ou babesiose.
A espécie que mais persegue o homem, nas fases larvar
e adulta, é o carrapato-de-cavalo (Amblyomma cajannense),
que também costuma infestar outros mamíferos
e aves. Capaz de realizar posturas de até 8.000 ovos,
pode transmitir o tifo exantemático ou riquettsiose.
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- Outra
espécie de ocorrência freqüente no Brasil
é o carrapato-de-galinha (Argas miniatus), que
transmite aos galináceos a bouba, doença infecciosa
causada pelo Treponemo pertenue e que determina alterações
semelhantes às da sífilis. De porte avantajado,
essa espécie só se fixa nas aves o tempo necessário
para sugar-lhes o sangue, o que em geral é feito à
noite.
No
estado de São Paulo (localizou na região do
sudeste de Brasil), infestações de larvas, ninfas
e adultos em cavalos, respectivamente, de março a julho,
de julho a outubro e de outubro a fevereiro.
SAIBA
MAIS SOBRE O CARRAPATO - SAIBA
MAIS SOBRE A CAPIVARA
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Lúcia
Helena Salvetti De Cicco
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe
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