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Afetividade
A questão afetiva se bem atendida ajudará seu filho para que tenha êxito na escola

Maria do Rosário Silva Souza


O aspecto afetivo tem uma profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo de desenvolvimento. Ele pode determinar sobre que conteúdos a atividade intelectual se concentrará. Na teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: um cognitivo e outro afetivo. Paralelo ao desenvolvimento cognitivo está o desenvolvimento afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses , desejos, tendências, valores e emoções em geral. Piaget aponta que há apectos do afeto que se desenvolve.

O afeto apresenta várias dimensões, incluindo os sentimentos subjetivos (amor, raiva, depressão) e aspectos expressivos (sorrisos, gritos, lágrimas). Na sua visão, o afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou inteligência. E é responsável pela ativação da atividade intelectual.

Em vários livros Piaget descreveu cuidadosamente o desenvolvimento afetivo e cognitivo do nascimento até a vida adulta, centrando-se na infância. Com suas capacidades afetivas e cognitivas expandidas através da contínua construção, as crianças tornam-se capazes de investir afeto e ter sentimentos validados nelas mesmas.

Neste aspecto, a auto-estima mantém uma estreita relação com a motivação ou interesse da criança para aprender.

O afeto é o princípio norteador da auto-estima. Após desenvolvido o vínculo afetivo, a aprendizagem, a motivação e a disciplina como 'meio' para conseguir o auto-controle da criança e seu bem estar são conquistas significativas.

O desenvolvimento do afeto e da inteligência são temas nucleares nos estudos sobre psicologia da educação e serão abordados nos próximos artigos, para auxiliar os pais interessados em criar um ambiente mais estimulante e feliz para seus filhos. Portanto, pais, amem seus filhos!

Atendendo as necessidades afetivas de seus filhos, desde cedo, eles se tornarão mais satisfeitos consigo mesmo e com os outros, e terão mais facilidades e disposição para aprender.

Fora um receituário, diria que a criança sente-se amada quando:

  • Precisa de consolo e encontra braços abertos: Mãos que lhe acariciam o joelho ferido ou enxugam suas lágrimas, quando está triste ou de mau humor;
  • Ouve uma história aconchegada no colo , recebendo carícias;
  • O tom de voz lhe é agradável e suave, produzindo-lhe um ambiente sereno e sem tensão. E as palavras ditas ("-Gosto de você!" "-Amo você!") talvez lhe sejam a melhor coisa .
  • Não é comparada a outra, mas aceita como é (Quando preciso diga-lhe que não aprova ou não gosta de certas coisas que ela faz, mas deixe claro que gosta sempre dela).
  • A criança observa o seu modelo, por isso procure sorrir sempre e cuidar do seu modo de agir diante dela.
  • Considerando-se tais observações não podemos nunca esquecer que a criança tem, mais que o "senso", a sensibilidade da justiça, do que lhe é justo. Portanto não deixe que faça tudo o que quer. Procure ser justo. Saiba dizer não, os limites devem ser colocados desde cedo. Ofereça-lhe segurança e não lhe negue a mão. Que ela assim não tenha medo, face as novas experiências que lhe são propostas. Quanto mais coisas ela realiza , mais segura se sente. Se necessário, não tema incentivá-la a brincar com outras crianças, fazendo com que se relacione com pessoas diferentes. E a frente destas, que nunca se sinta envergonhada, nem ridicularizada.
  • A verdade sempre prevalece. Por exemplo, não saia às escondidas, mesmo que ela chore e não ameace com mentiras ou coisas que não cumprirá. Um outro aspecto a lembrar é que a superproteção cria dependências em excesso. Seja firme sem ser duro. É importante obedecer ao que é justo e acrecente "sei como você se sente" explicando-lhe o porquê. Sempre é bom orientá-la sobre o que é seguro e o que é perigoso ensinando-lhe a fazer coisas que sejam capazes ( para que conquistem auto-confiança e autonomia).
  • É fundamental para o desenvolvimento da criança o brincar... o inventar coisas (com sucata ou os próprios brinquedos), a curiosidade.
  • Poderíamos lembrar ainda que a criança precisa aprender a controlar-se, tão logo possa compreender o sentido da palavra "controlar" e que tenha tarefas para realizar, terminando o que começou (Parabenize e elogie o que ela fez). O diálogo e o "bate-papo franco" que a leve a refletir sobre os outros irá ajudá-la a respeitar as pessoas. Lembre-a que não deve rir das pessoas, colocar-lhes apelidos ou zombar de seus erros.
  • Enfim, cabe-nos ajudá-las a acreditar em si mesmas. O que a criança pensa de si mesma é mais importante do que ela sabe.
  • OS BONS SENTIMENTOS SÃO IMPORTANTES. OS EDUCADORES SABEM QUE AS CRIANÇAS APRENDEM MELHOR QUANDO ESTÃO SATISFEITAS COM ELAS MESMAS.
  • A criança que sente-se amada, aceita , valorizada e respeitada, adquire autonomia, confiança e aprende a amar, desenvolvendo um sentimento de auto-valorização e importância. A auto- estima é uma coisa que se aprende. Se uma criança tem uma opinião positiva sobre si mesma e sobre os outros, terá maiores condições de aprender.
  • O sentimento de 'não sou ninguém' levará a criança a não se esforçar muito, a não ter desejo de aprender, a ficar indiferente diante do êxito ou do fracasso. E esse sentimento pode criar problemas de aprendizagem e de comportamento.
  • Como a criança pode aprender a ter sentimentos positivos a respeito dela mesma? O que é que os pais podem fazer para desenvolver a auto estima em seus filhos?
 
Maria do Rosário Silva Souza
Psicopedagoga - Campinas/SP

 

 
 

 
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