Informações
da Associação
Brasileira de Aplasia de Medula Óssea
Sobre
a Doença
A aplasia de medula óssea, é uma doença
rara e extremamente séria, que resulta da falência
da medula óssea (órgão responsável
pela produção do sangue) em produzir células
sangüíneas.
A
parte central dos ossos é preenchida por um tecido esponjoso,
conhecido como medula óssea. A medula é, essencialmente,
o órgão produtor das células sangüíneas,
que se dividem basicamente em três grupos:
- Células
vermelhas:
São as células que transportam o oxigênio
dos pulmões para todas as partes do corpo;
- Células
brancas:
São as nossas células de defesa. Estas têm
a função de proteger o organismo contra infecções,
atacando e destruindo os germes;
- Plaquetas:
São as células responsáveis pela coagulação
do sangue. São elas que controlam os sangramentos,
formando os coágulos nas áreas lesadas.
A
produção das células sangüíneas
é necessária durante toda a vida, pois cada uma
dessas células tem duração limitada e necessita
ser reposta continuamente. Assim, quando a produção
dessas células não ocorre em função
da falência da medula óssea, tornando muito baixos
os níveis dessas células no sangue, háo
aparecimento de sintomas como palidez (anemia), sangramento
e infecções graves que colocam o indivíduo
sob risco de vida.
Existem
basicamente dois tipos de aplasia de medula: as adquiridas (normalmente
relacionadas com infecções, uso de medicamentos,
contato com inseticidas, derivados de benzeno etc.) e as congênitas,
também conhecidas como anemia de fanconi (neste caso,
existe um defeito genético conhecido, levando ao quadro
de falência medular). Os tratamentos são diferentes.
O
Diagnóstico
O
diagnóstico de aplasia de medula quando os níveis
sangüíneos estão diminuídos (contagem
das células vermelhas, brancas e plaquetas). A confirmação
do diagnóstico deve ser feita por médico-hematologista,
que realizará os exames de avaliação direta
da medula óssea: o mielograma e a biopsia de medula óssea,
os quais consistem na retirada de uma pequena amostra da medula
para exame microscópico. Para se conseguir essa amostra,
faz-se uma punção com agulha dentro do osso. Este
procedimento é rápido e poderá ser realizado
no ambulatório ou no leito, caso o paciente esteja internado.
Na aplasia de medula, o exame mostra uma diminuição
das células da medula óssea.
O
Tratamento
Já
na fase inicial do tratamento é necessário que
este seja especializado, dada a gravidade da doença.
Transfusões:
O
paciente com aplasia de medula freqüentemente recebe transfusões,
seja de concentrado de hemáceas (para correção
de anemia grave) ou de plaquetas (em caso de sangramentos).
Antibióticos:
Em
caso de febre (acima de 38C), procure imediatamente seu médico,
pois ela pode indicar a existência de infecção.
Nesta situação, o paciente será internado
para receber antibiótico intra-venoso, tão logo
quanto possível.
Isolamento:
Devido
à diminuição das defesas do organismo,
o paciente com aplasia de medula deve evitar o contato com pessoas
doentes, recém-vacinadas e ambientes com aglomeração
de pessoas.
Atividades:
A
critério médico, o paciente deverá reduzir
certas atividades que potencialmente podem trazer riscos de
acidentes e, consequentemente, provocar sangramentos.
Transplante
de Medula Óssea (TMO):
O
TMO tem sido cada vez mais utilizado para pacientes portadores
de anemia aplástica que têm um doador compatível.
Este poderá ser realizado com a medula doada por um parente,
geralmente irmão ou irmã. No entanto, as chances
de se conseguir um doador compatível na família
são pequenas. Neste caso, pode-se seguir em busca de
um doador não aparentado através dos Registro
de Doadores, porém o TMO utilizando doadores não
aparentados encontra-se em fase experimental nas anemias aplásticas.
Existem registros Internacionais de doadores de medula óssea.
No Brasil, os registros existentes estão em Curitiba
e São Paulo os quais estão, ainda, em fase de
organização. O TMO consiste na retirada, mediante
aspiração, de pequena parcela de medula do doador.
O material é filtrado e transplantado através
de injeção intravenosa para o paciente. O paciente,
antes de receber a nova medula, receberá um tratamento
com drogas e/ou radioterapia, destinado a destruir a medula
doente. Ou seja, o transplante da medula óssea é
a substituição da medula doente por uma medula
sadia.
Tratamento
com medicamentos:
O
tratamento com medicamentos é uma decisão médica,
caso o TMO não seja a melhor opção. Ele
pode ser recomendado desde o início do tratamento, enquanto
se procede a busca de um doador.
Os
medicamentos utilizados são chamados drogas imunosupressoras
que agem estimulando a produção de células
sangüíneas pela medula óssea que está
falida. Como exemplo, temos a ciclosporina (uso via oral) e
o ATG (soro anti-timocítico de uso intravenoso). Estas
drogas podem ou não ser utilizadas em associações.
No caso da aplasia congênita (anemia de Fanconi), a medicação
de escolha é o eximetolona (uso via Oral).
Saiba
Mais sobre a ABRAM - Associação
Brasileira de Aplasia de Medula Óssea e os Locais onde
são realizados os tratamentos.
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Lúcia
Helena Salvetti De Cicco
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Diretora de Contúdo e Editora
Chefe