As causas da alergia podem variar de simples grãos de pólen a pêlos de animais. À vezes, uma injeção ou a picada de uma abelha traz a morte em curto espaço de tempo, ao produzir-se um choque anafilático.

No nosso corpo existe uma substância cuja incumbência normal é combater a invasão de parasitas, em especial os que atacam o sistema digestivo: a imunoglobulina E e o anticorpo IgE. A maioria das pessoas possuem a quantidade necessária da imunoglobulina; porém, há pessoas cujos linfócitos B, células defensoras do organismo, produzem um excesso de IgE.

A pessoa quando é alérgica possui linfócitos B equipados com um gene "errôneo", cujas ordens são as de produzir moléculas de IgE sem cessar, causando uma superprodução.

Quando as pessoas entram em contato com os elementos que provocam, alergias (pólen, fumaça de cigarro, ácaros, pêlos, ovo, pó, etc.), os anticorpos IgE agem e produzem espirros, coceira ou o eczema. As vezes basta um elemento para provocar a alergia; outras vezes, a soma de vários deles causa uma reação de hipersensibilidade.

Atualmente é possível detectar no cordão umbilical do recém-nascido a presença de anticorpos IgE. Segundo especialistas, caso isso ocorra estaremos diante de uma criança com tendência a reações alérgicas. Essa análise permite prevenir o desenvolvimento da doença e uma de suas mais nocivas conseqüências: a asma bronquial. Os especialistas aconselham que os pais tomem várias precauções, as quais são também úteis para as crianças maiores que já manifestaram sintomas:

• ALIMENTAÇÃO - o nenê com IgE elevado deve ser amamentado com leite materno até os seis meses de idade. A mãe precisa evitar alimentos que podem causar alergia, como chocolate, doce de leite, peixe, mariscos, morango, tomate e cítricos.
• AMBIENTE - O quarto deve ser limpo com aspirador e água para limpar bem o pó. Não deve ter carpete, tapetes, cortinas e adornos onde o pó possa se acumular. É preciso eliminar os fungos com água sanitária e manter o ambiente seco.
• ANIMAIS DOMÉSTICOS - Cães, gatos, pássaros e outros animais de estimação devem ser mantidos fora do alcance da criança que apresente predisposição alérgica.
• PENAS - É necessário evitar o uso de travesseiros, almofadas, bonecos e ededrons estofados com penas.
• ROUPAS - A lã pode ser um causador de alergia. Aconselha-se o uso de roupa de algodão.
  ÁCAROS - Essas aranhas microscópicas aparecem na poeira doméstica, especialmente nos carpetes, colchões e travesseiros. Suas fezes provocam reações alérgicas quando entram em contato com a pele de uma pessoa hipersensível. Algumas espécies podem causar sarna.
• PÓLEN - É necessário evitar o contato direto da criança com plantas e flores, especialmente durante a primavera e o outono. Deve dormir com a janela fechada.
• TABACO - A criança alérgica pode ter reações diante da fumaça de cigarro, do cheiro de cinzeiros e até do cheiro de cigarro na roupa de outras pessoas.
• MEDICAMENTOS - Inúmeros medicamentos são alergênicos. Portanto, devem ser evitados a ingestão de remédios e o uso de pomadas e gotas sem indicação médica.
• PERFUMES E COSMÉTICOS - É comum perfumes e cosméticos funcionarem como alergênicos. Seu uso deve ser controlado.
• INSETOS - O Bebê com predisposição alérgica deve ser protegido com mosqueteiro, pois a picada de certos insetos pode causar alergia. As conseqüências podem ser gravíssimas se a reação não for controlada a tempo.

Lúcia Helena Salvetti De Cicco

Diretora de Conteúdo e Editora Chefe