Dr. Alessandro Loiola
|CRMMG 30.278
Inicialmente, é preciso esclarecer que o termo “corpos estranhos” refere-se a qualquer objeto que normalmente não faz parte do corpo, mas que é introduzido no organismo causando uma resposta, uma inflamação ou doença.
Crianças - e algumas vezes até mesmo adultos – podem inserir acidentalmente corpos estranhos em diversos orifícios do corpo, mas estes objetos tornam-se um problema especialmente grave quando envolvem o ouvido ou o nariz. Corpos estranhos aspirados para os pulmões causam aproximadamente 1.000 vítimas fatais a cada ano nos EUA - a maioria delas não consegue sequer chegar ao socorro médico a tempo.
Cerca de 75% dos casos de aspiração de corpos estranhos ocorrem em crianças entre 1-3 anos de idade, sendo que a sufocação por aspiração de corpo estranho é a principal causa de morte acidental em crianças abaixo de 1 ano.
A lista de objetos considerados de risco é imensa: podem ser utilizados moedas e outras peças de metal pequenas (baterias de relógio, porcas, parafusos, pilhas), peças de plástico (botões, tampas de caneta, brinquedos), sementes variadas (arroz, feijão, amendoim, milho), papel e pedaços de borracha, para citar apenas os mais comuns. Recomenda-se evitar o contato de crianças com menos de 4 anos de idade com estes objetos. Manter-se atento em casa e sempre que possível verificar e eliminar o risco do ambiente onde a criança se encontra são medidas importantes para evitar acidentes desse tipo.
Mas o que fazer se, apesar dos cuidados ou em um momento de distração, a criança introduz um corpo estranho no nariz, por exemplo ? O principal, sempre, é manter a calma e procurar auxílio médico o mais rápido possível. Nunca tente você mesmo(a) retirar o objeto e não deixe que a criança tente fazê-lo. Até chegar ao médico, procure manter a criança calma e respirando pela boca.
Corpos estranhos introduzidos nos ouvidos são comuns e pode acontecer de insetos penetrarem no canal auditivo. Caso você suspeite que um inseto entrou no ouvido do seu filho ou de uma criança próxima, a primeira coisa a fazer é virar a cabeça da criança de modo a tentar fazer com que o inseto caia. Se isto não funcionar, procure auxílio médico o mais rápido possível.
Não tente retirar o inseto com cotonetes ou qualquer outro objeto e não faça lavagens no ouvido com água ou óleos ou qualquer outra substância – isto pode ser desastroso caso o inseto tenha perfurado o tímpano. O médico é a única pessoa capacitada para avaliar a medida mais correta em cada caso.
Responsável Técnico: Dr. Alessandro Loiola, MD