Todos
os seres humanos (e inclusive os animais) trazem consigo um
impulso agressivo. A agressividade é um comportamento
emocional que faz parte da afetividade de todas as pessoas.
Portanto, é algo natural.
No
entanto, a maneira de reagir frente à agressividade varia
de sociedade/Cultura, pois cada uma tem as suas leis (umas inclusive
agressivas), valores, crenças, etc.. Alguns comportamentos
agressivos são tolerados, outros são proibidos.
Nas
sociedades ocidentais, bastante competitivas, a agressividade
costuma ser aceita e estimulada quando esta vale como sinônimo
de iniciativa, ambição, decisão ou coragem.
Mas é impedida, reprimida ou punida quando identificada
como atitudes de hostilidade, de sentimentos de cólera.
Confuso,
não?!
"MEU
FILHO É AGRESSIVO...!" Para cada um de nós
esta frase tem uma conotação, um significado diferente
pois determinado tipo de comportamento pode ser considerado
agressivo para uns e não para outros.
Mas
afinal, O QUE É SER AGRESSIVO???
Seria
qualquer ação que pretende danificar algo ou alguém.
Geralmente, estes atos agressivos não são a verdadeira
expressão de raiva, mas sim desvios de outros sentimentos
(como mágoa, insegurança, etc.) que devido ao
fato da criança não saber como lidar com eles,
expressa-os através de atos agressivos.
Agressividade
NÃO é traço de personalidade. Portanto,
NÃO existem crianças que SÃO agressivas
- se digo que "Joãozinho é agressivo",
esta agressividade se torna parte dele, da sua identidade/personalidade
e isto é falso. O correto é dizer que "Joãozinho
cometeu um ato agressivo". Portanto o CORRETO seria dizer
que a criança ESTÁ agressiva.
Existem
dois tipos de agressividade:
a)
INSTRUMENTAL: dirigida apenas para alcançar uma recompensa,
não visa acarretar sofrimento ao outro.
b)
HOSTIL: tem como objetivo atacar/ferir o outro.
Podemos
encontrar agressividade: VERBAL: ataca por meio de palavras,
e FÍSICA: envolve o ataque físico (corpo).
Dentre
os fatores que influenciam a agressividade, encontramos o meio
ambiente no qual a criança está inserida. Geralmente
acredita-se que a agressividade provém apenas de força
interna, que é algo inerente ao indivíduo. Ao
contrário, é o ambiente que perturba a criança.
O que falta internamente à criança é a
capacidade e a habilidade para lidar com esse ambiente que a
deixa com raiva, com medo, insegura...
Logicamente,
todos nós sofremos pressões do ambiente em que
vivemos e nem todos respondemos à esse ambiente com comportamentos
agressivos. O que acontece é que para alguns existe um
déficit frente à capacidade de tolerar frustrações,
para tolerar a falta e suportar coisas que não podemos
ter na vida, que não sabemos ou que não entendemos.
Sabemos
então que a agressividade não é algo inato,
algo com que a criança já nasça e nem um
traço de personalidade. Ela é influenciada pelo
meio. Porém antes da criança receber a influência
deste meio macro-social, em uma primeira etapa a criança
é influenciada pelo meio micro-social, ou seja, pela
sua família. Somente depois é que era assimilar
os valores da sociedade e dos meios de comunicação.
Assim,
atos agressivos podem ser APRENDIDOS por meio da observação
de modelos agressivos também pode ter efeito de aumentar
o comportamento agressivo do observador. Portanto, é
de se esperar que, em geral, crianças recompensadas por
agressão e as que vêem muita agressão nas
pessoas que a cercam tornar-se-ão mais agressivas do
que aquelas crianças que tem modelos menos agressivos
e que foram menos recompensadas por comportamentos agressivos.
ATENÇÃO
também aos programas de televisão. Pode-se encontrar
programas com imagens que chegam a requintes de perversidade...
Conclusão:
NÃO há tendência inata ou subjacente para
a agressividade. Tudo isso é comportamento aprendido.
Por isso nunca existirão crianças tem a sua própria
história de vida, cada uma levou "diferentes socos"
da vida, cada uma foi educada em famílias diferentes,
com valores e idéias diferentes... portanto só
poderiam ser diferentes!!!
Cristina
Felipe Corsini
CRP 06/4118-0
Psicologa Clínica Infantil, Psicopedagoga, mestrado
em Psicologia Escolar-Puccamp. Desenvolve trabalho como Psicóloga
Escolar em pré-escola e junto à professores
de 1ª a 4ª série do 1º grau da rede
municipal de Ensino em Campinas, SP.
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